Pedras e gente: diálogos entre universidade e sociedade através da popularização da Geologia e Paleontologia
Descrição: A humanidade (e seus antepassados mais próximos) sempre utilizou geomateriais em sua atividade de criação de objetos para fins práticos, estéticos e cerimoniais. O ser humano desenvolveu-se em um ambiente cercado pela biodiversidade em interação com uma profusão de processos e produtos geológicos, entendidos segundo o conceito de geodiversidade (GRAY, 2013). Entretanto, como a biodiversidade, a geodiversidade sofre ameaças de ações guiadas por uma racionalidade que parece menosprezar a sustentabilidade do meio ambiente e o desenvolvimento dos grupos humanos relacionados. Para muitos grupos humanos, a interação com a geodiversidade é intensa, pelas características de seu meio e sua cultura. Desta forma, alguns fenômenos da geodiversidade se tornam patrimônio cultural, a própria comunidade envidando esforços e demandas por sua conservação. Portanto, o interesse da comunidade é uma força importante na conservação desses fenômenos especiais da geodiversidade, com uma inter-relação e criação de representações sociais que remontam a séculos (talvez mais!) de tradição. Em suma, o problema é estabelecer o diálogo entre comunidades de saber, academia e poder público, em contextos geológico-paleontológicos específicos, para tornar efetiva a geoconservação de patrimônios geológicos com relevância cultural, desenhando meios de preservação e uso sustentável desse patrimônio, tanto sob as perspectivas material e imaterial, priorizando a dinâmica dos saberes entre comunidades, academia e poderes públicos. O resultado esperado é a difusão de uma maior e melhor compreensão dos elementos da geodiversidade relacionados às localidades-alvo, concretizada através da troca de conhecimentos com quem convive, atua profissionalmente ou tem elementos da geodiversidade (Geologia e Paleontologia) como patrimônio natural e cultural. Espera-se que os frutos dessas trocas ajudem a empoderar as comunidades ou grupos em relação a escolhas profissionais (estudantes), aperfeiçoamento de serviços (especialmente geoturismo) e resolução de problemas (principalmente ambientais), além de buscar satisfazer a simples curiosidade humana acerca de minerais exóticos (estética e propriedades), fósseis bem preservados e seres pré-históricos (i. e. dinossauros, preguiças gigantes), processos geológicos vigorosos (i.e. terremotos, vulcões), formas de relevo de valor estético e cultural. Por outro lado, a academia pode adquirir conhecimentos inéditos sobre a geodiversidade local com potencial de alavancar pesquisas, além de trazer à luz histórias pitorescas e lendas, como patrimônios culturais imateriais relacionadas a elementos da geodiversidade local e que fazem parte da identidade dos povos, como documentado em Moura e Silva Filho (2020).
Ano de início: 2024
Financiamento: CAPES – PROEXT-PG
Situação: em andamento
Equipe:
Prof. Wellington Ferreira da Silva Filho (coordenador)
Profa. Cynthia Romariz Duarte (vice coordenadora)
Profa. Ana Rita Goncalves Neves Lopes Salgueiro
Profa. Carla Beatriz Costa de Araujo
Prof. Cesar Ulisses Vieira Verissimo
Prof. Daniel Rodrigues do Nascimento Junior
Prof. Felipe Holanda dos Santos
Profa. Irani Clezar Mattos
Prof. Itabaraci Nazareno Cavalcante
Prof. Marcio Mendes
Estudantes:
Tereza Mara de Oliveira – doutoranda
Miguel Rodrigo Cavalcante de Morais – graduando